quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Não é possível pensar um mundo sem Professores!

Querendo fazer uma homenagem neste dia dos professores, começo a escrever este texto. Gostaria de dizer algo encantador e poético a vocês, meus colegas de profissão; professores, especialistas, mestres e doutores. Gostaria de revelar todo o meu respeito pela nossa profissão, que é tão importante, altruísta, e que possibilita a esperança de dias melhores. Mas parece que as palavras não me ajudam. Apesar de toda a riqueza que elas possam traduzir, me demoro em meio a tantas possibilidades. Entre metáforas, metonímias e outras figuras de linguagem, escorrego no que parece soar piegas. Apago e recomeço. As palavras querem se mostrar, então, emoção: sofrimento, amor, carinho...; pura abstração da realidade. Descarto. Ser professor não é isso! Há contradição, alguns dirão. Recomeço. Não quero um texto sentimental. Nossa luta é muito maior do que isso. Penso que ajudaria se eu escolhesse um gênero literário... Por que não um cordel? Um poema? Uma paródia musical? “Professor é coisa pra se guardar, debaixo de sete chaves, dentro do coração...”. Credo, muito ruim. Desapego. Melhor me concentrar em outro caminho. Escolho a semântica, o significado das palavras e do texto. Vou ser mais objetivo. A beleza de ser docente está justamente na objetividade, na certeza, na leitura clara do mundo, do lugar que ocupamos, e do que devemos fazer. Docência é profissão, não é missão. Reflito: pode ser as duas coisas. Uma permeada pela outra: obrigação, incumbência, dever, tarefa; mas também escolha, consciência, compromisso, entrega, doação... Escorrego de novo... as sentenças começam a soar discurso pronto, decorado... Não é disso que quero falar! Não um sermão sobre ética docente (pelo amor de Deus!). Quero falar, sim, da beleza de ser professor numa sociedade tão perdida, tão atolada em problemas sociais, econômicos e, principalmente... políticos. Quero falar sobre remar na contracorrente desse rio de valores distorcidos. Sobre longas jornadas de trabalho e baixos salários. Mas, principalmente, quero falar da beleza de ser educador como postura política! Como um guerreiro, como diz o poeta Bráulio Bessa, que empunha sua espada - o giz, o canetão - frente a tantas misérias do mundo. Guerreiros por enfrentarmos o desafio da reinvenção em tempos de mudança e incerteza. Tudo isso para ajudar nossos alunos a enxergarem mais, e mais longe. Devemos sim, saber o valor e ter orgulho de ser educador no dia 15 de outubro... mas não somente, e sim a cada dia do ano. Não é nesse dia que colhemos o fruto do nosso trabalho. Isso vem com o tempo, a longo prazo, e não há certeza alguma de que veremos a árvore que a semente gerou. Mas é nesse dia que as pessoas param e pensam sobre a importância do professor em suas vidas, em como seria difícil ser quem são sem seus professores. É neste dia que a sociedade nos presta lindas e justas homenagens.  Não consigo imaginar um mundo sem os professores para guiarem o caminho da humanidade.

A todos vocês, meus amigos, feliz dia dos professores!

Jorge Wilson da Conceição

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